Pesquisadores do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU),
do campus da Universidade de São Paulo em São Carlos (USP-São Carlos),
desenvolveram um novo tipo de concreto formado por componentes reaproveitados.
A mistura leva areia de fundição, utilizada em moldes nos processos de fundição
de peças metálicas e que substitui 70% da areia normalmente utilizada, e
escória de aciaria, resíduo da produção do aço que substitui totalmente o uso
da pedra.
Além de reaproveitar os resíduos nocivos ao meio ambiente,
que seriam descartados em aterros industriais específicos a um custo de cerca
de R$ 200 a tonelada, a tecnologia proporciona a economia de recursos.
O material não pode ser utilizado para
fins estruturais, como construção de vigas, pilares e lajes, em decorrência de
sua resistência máxima atual, que é de 56 Mpa. O concreto pode ser destinado
exclusivamente à produção de contrapisos, calçadas, guias, sarjetas, blocos de
vedação, bloquete de pavimentação e mobiliário urbano.
A pesquisa é desenvolvida pelo grupo de estudos de
arquitetura, tecnologia e materiais (ArqTeMa), pela parceria entre Pablos, que
é vice-diretor da equipe, com os professores Osney Pellegrino e Eduvaldo
Sichieri.
Comercialização
Apesar de o produto já ter um número provisório de patente,
concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), será
verificada a existência de outro produto com características parecidas em todo
o mundo.
A intenção do grupo é comercializar o concreto no mercado,
atividade que deve ficar a cargo da Agência USP de Inovação, que faz a gestão
do uso de todo o conhecimento produzido na universidade. Em casos que geram
patente, a USP fica com 50% do seu valor e os autores com outros 50%.
Atualmente, a entidade estabelece contato com empresas e indústrias do setor
que possam se interessar em comprar o concreto na fabricação de elementos para
a construção civil. Segundo Pablos, o valor do concreto "reciclado"
deve ser menor que o de outros produtos similares no mercado.
Fonte: PINI WEB