FINEP apoia arquitetura inovadora para conjuntos habitacionais.
Tudo começou com uma chamada pública lançada pela FINEP em 2010 para formar uma rede de pesquisadores de universidades públicas para estudar novas políticas, métodos construtivos e tipos arquitetônicos para HIS.
As propostas deviam incorporar tecnologias sociais, visando à elaboração de novos parâmetros e conceitos para o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Um dos grupos selecionados pertence ao Ippur - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ. A ele coube a tarefa de elaborar projetos de arquitetura alternativos ao modo tradicional de conceituar, projetar e construir as HIS.
O resultado foram 11 novos tipos de habitações com muitos diferenciais. Um deles é a flexibilidade para contemplar apartamentos de um a quatro quartos, com construções que permitem rearranjo dos leiautes e a expansão controlada das unidades - ou seja, o "puxadinho" foi integrado, mas de forma a não descaracterizar o projeto.
Outra novidade é a proposta de uso misto das edificações, juntando o lado residencial à prestação de serviços. Pensando nisso, foram criados pilotis nos prédios para agregar espaços de comércio e lazer às construções.
Circulações verticais e horizontais de uso público também foram contempladas, melhorando a mobilidade na área.
Para resolver as questões ligadas ao processo de construção em si, o projeto do propõe o uso de componentes pré-fabricados.
Além do ganho em agilidade, haveria uma aproximação entre o projetista, o construtor e o usuário, graças à flexibilização do programa arquitetônico, permitindo, inclusive, que o usuário participe da construção de sua moradia.
O projeto contempla a montagem de uma fábrica dos painéis de fachada dentro da própria comunidade. Assim, o morador poderia encomendar seus painéis se quisesse modificar o apartamento. Além da apropriação da concepção de sua moradia, a fábrica promoveria a transferência tecnológica e capacitação e mão-de-obra.
A metodologia aplicada nessa pesquisa se originou da experiência do arquiteto Luiz Carlos Toledo, coordenador da equipe, na elaboração do Plano Diretor da Rocinha (favela do Rio de Janeiro), em 2006.
Para a elaboração do plano, Toledo fez uma verdadeira imersão na comunidade, onde treinou o olhar para entender profundamente o modo de vida dentro de uma favela, a despeito das imagens pré-concebidas e idealizadas que os arquitetos costumam ter sobre essas partes da cidade.
O plano contou com intensa participação popular, onde os habitantes opinavam e modificavam o projeto para se adequar às suas necessidades reais.
"Incorporamos em nosso projeto ideias levantadas e discutidas naquela ocasião, como o conceito de edificações sustentáveis com tetos verdes, captação da energia solar e das águas pluviais para reuso, bem como os processos construtivos baseados na utilização de componentes industrializados e pré-fabricados, de modo a reduzir o tempo de construção, evitar os desperdícios de esforços e materiais e garantir maior controle da qualidade das construções," conta Verônica.
Fonte: PINI WEB
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